SOB O MITO DA PROTEÇÃO: HISTÓRIA ORAL DA INFÂNCIA NOS PREVENTÓRIOS BRASILEIROS
Resumo
Este artigo apresenta aspectos da história de uma das formas de institucionalização de crianças no Brasil. Entre as décadas de 1920 e 1980, crianças sadias foram separadas de seus pais, acometidos pela antiga lepra, e encaminhadas para os chamados preventórios, sob a égide do discurso da proteção. Tendo com subsídio a pesquisa bibliográfica e de campo, associada ao uso da metodologia de História Oral baseada na técnica de entrevistas de histórias de vida com pessoas que foram isoladas em preventórios, as autoras buscam desmistificar a proteção propagada nestas instituições no país, dando luz ao caráter moralista, de classe, raça e gênero presentes nestes espaços. Conclui que tais instituições foram dotadas de diferentes modelos de disciplina, violência, vigilância e controle, além de práticas eugenistas e higienistas na assistência à infância internada, que contribuíram de modo perverso, para a violação de direitos, o silenciamento e o rompimentos dos vínculos familiares deste público.
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