EDUCAÇÃO DO CAMPO COMO PEDAGOGIA DA REBELDIA

Resumo

O presente ensaio versa sobre o lugar da Educação do Campo na desconstrução das concepções que desconsideram a humanidade dos povos do campo, das águas, das florestas e povos originários. Faz uma crítica ao paradigma pedagógico colonizador e ou capitalista do humano/inumano também como forma de expropriação dos direitos, do território e da cultura desses povos. Neste contexto, traz as vivências do Curso de Educação do Campo da Universidade Federal do Pampa, Unipampa, localizada em Dom Pedrito, na Campanha Gaúcha do Rio Grande do Sul, região marcada pela presença de latifúndios e de grande concentração de terras. Busca um percurso dialético com os movimentos sociais e os grupos organizados da região, aprendendo com os mesmos, suas formas de (re)existências e promovendo a abertura dos espaços acadêmicos, para que esses conhecimentos possam ser apresentados pelos seus construtores e aprendidos pela academia. Procura na Pedagogia da Rebeldia, que tem como princípio a valorização e humanização desses sujeitos, o reconhecimento de suas formas de viver, ser e estar no mundo, inspirando a construção de ações educativas que se contraponham ao agronegócio e ao capitalismo. Neste sentido, algumas ações são promovidas pelo curso, com destaque aos Encontros Internacionais dos Povos do Campo e a criação do Conselho Comunitário, projetando assim um novo futuro quando estabelece o vínculo essencial entre formação humana e a produção material da existência numa matriz formativa agroecológica.

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Biografia do Autor

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Licenciada em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Santa Maria e mestra em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Santa Maria. Atua como Técnica administrativa em Educação na Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA), onde está diretamente ligada ao Curso de Licenciatura em Educação do Campo. É integrante do Grupo de Estudo e Pesquisa em Educação do Campo e do Grupo de Pesquisa TUNA- Gênero Educação e Diferença, da UNIPAMPA e membra do NEABI Antônio Sapateiro. 

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Possui graduação em História-Bacharelado pela Universidade Federal do Rio Grande (2004); Especialização em Sociologia pela Universidade Federal de Pelotas (2006); Mestrado em Sociologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2009); Doutorado em Sociologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2013) e realizou estágio de Pós-Doutorado em Desenvolvimento Rural, pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2013). Atuou por 4 anos como docente no Campus Itaqui da Unipampa, nos cursos de Bacharelado Interdisciplinar em Ciência e Tecnologia, quando foi coordenador substituto e presidente do NDE; Nutrição; Ciência e Tecnologia de Alimentos e Engenharia Cartográfica e de Agrimensura. Foi coordenador substituto do NEABI - Campus Itaqui e coordenador do NEABI Antônio Sapateiro - Campus Dom Pedrito. Atualmente, está vinculado ao Campus Dom Pedrito da Unipampa, onde foi coordenador do Curso de Educação do Campo (2019-2021) e no qual atua como docente há 4 anos. Entre as temáticas de interesse estão os estudos sobre o rural e suas gentes; o desenvolvimento territorial rural; o Pampa, seus territórios e estratégias de reprodução material da vida; a juventude; a Educação do Campo e as Epistemologias do Sul.

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Guilherme Gonzaga é Pedagogo, Mestre e Doutor em Educação formado pela Universidade Federal Fluminense e pela Universidade de Coimbra em Portugal. Tem uma caminhada na educação popular onde está aprendendo com o povo a semear lutas e colher sonhos na construção de uma educação sem cercas, sem muros, que tenha a ver com a vida da gente. Na Universidade Federal do Pampa, trabalha no Campus de Dom Pedrito, no Curso de Educação do Campo e junto com companheiras e companheiros cultiva o sonho e a luta de que a universidade se transforme em uma pluriversidade ouvindo, acolhendo e re-conhecendo a diversidade de conhecimentos cultivado pelos povos do campo, das águas e das florestas e dos povos originários.

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Professora Adjunta da Universidade Federal do Pampa - Unipampa, no curso de Licenciatura em Educação do Campo. Possui Doutorado em Educação em Ciências (2013), Mestrado em Educação Ambiental (2001) e graduação em Geografia Licenciatura Plena (1991), todos pela Universidade Federal do Rio Grande - FURG. Atuou durante 30 anos junto ao Núcleo de Educação e Monitoramento Ambiental - NEMA, na coordenação e execução de projetos de educação e conservação ambiental, sendo Associada Efetiva. Foi professora tutora no Curso de Educação Ambiental Lato Sensu - UAB/FURG/SEaD (2009 - 2018). Realizou estágio pós-doutoral junto ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Rio Grande - FURG - (2014 - 2018). Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Educação Ambiental, atuando principalmente nos seguintes temas: Educação Ambiental, Conservação e Sustentabilidade.

Publicado
2022-01-27
Como Citar
DA ROSA, Cíntia Saydelles et al. EDUCAÇÃO DO CAMPO COMO PEDAGOGIA DA REBELDIA. LexCult: revista eletrônica de direito e humanidades, [S.l.], v. 6, n. 1, p. 177-185, jan. 2022. ISSN 2594-8261. Disponível em: <http://lexcultccjf.trf2.jus.br/index.php/LexCult/article/view/582>. Acesso em: 18 nov. 2024. doi: https://doi.org/10.30749/2594-8261.v6n1p177-185.
Seção
Dossiê Educação no Brasil: esperança, drama ou farsa?